No campo econômico, Alemanha dá de goleada na Espanha

 
No campo econômico, a Alemanha, que enfrenta hoje a Espanha, de olho na última vaga na final da Copa do Mundo, dá de goleada. No país de Angela Merkel, a indústria é mais pujante, voltada principalmente para a produção de bens de capital (investimento), e a produtividade está lá nas alturas...


Nos últimos dez anos, para se ter uma ideia, a Espanha perdeu 25% de competitividade em relação à adversária, o que significaria 4 gols no placar a favor da Alemanha. Por conta da crise internacional, os dois países sofrem com déficits elevados, mas a situação fiscal da Espanha é, de longe, pior.

Segundo o Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco, no ano passado, o déficit espanhol ficou em 11,5% do PIB e, em 2010, deve cair para 9,3%, enquanto o da Alemanha poderá fechar o ano em 5%. Os dois governos, dizem os economistas, são disciplinados, mas a performance do alemão é ainda melhor.

- A grande diferença está no setor privado que, na Espanha, é menos dinâmico e está endividado, principalmente o imobiliário. O setor bancário - no caso, as cajas - passam por dificuldades, apesar de o sistema ser bem estruturado. O desemprego também é mais alto: em torno de 20%, quando a taxa na Alemanha é de 8%. É difícil achar um ponto em que a Espanha saia na frente - explicam os economistas.

Na hora de aprovar pacotes duros de ajuste fiscal, os alemães são mais rápidos do que os espanhóis. Hoje mesmo, o governo da chanceler Angela Merkel aprovou um plano de austeridade de 80 bilhões de euros para reduzir o déficit a menos de 3% do PIB até 2013, como reza a cartilha da União Europeia.

A Alemanha é o motor, quem leva os 16 países da Zona do Euro adiante, na tentativa de marcar gols. Enquanto a Espanha, por exemplo, pode ser uma das candidatas a sacar dinheiro do pacote de 750 bilhões de euros, a Alemanha entra como fiadora, o país que vai emprestá-lo.

Com uma moeda comum, o euro precisaria ter uma desvalorização maior para beneficiar as exportações espanholas, exatamente por conta do fator competitividade. Com pequeno ajuste na divisa, no entanto, a Alemanha já tem ganhos de exportação.

- São adversários bem diferentes. A equipe da Alemanha é mais disciplinada, com mais opções de substituição e flexibilidade - brinca o economista do Bradesco.

Enviado por Valéria Maniero - 7.7.2010

Fonte: O Globo