quinta-feira, 24 de junho de 2010

SC prevê retomada em 2010

 
As exportações brasileiras retomaram o ritmo pré-crise mundial, mas Santa Catarina ainda não consegue acompanhar essa recuperação. Apesar disso, a indústria do Estado está mais confiante e aposta em um crescimento das vendas externas neste ano.

Fonte:
Diário Catarinense
Presente, ontem, na Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), o diretor de Planejamento do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Fábio Martins Faria, destacou que as exportações nacionais cresceram 30% até maio em relação a igual período do ano passado. A perspectiva é que devem fechar o ano em US$ 180 bilhões contra os US$ 153 bilhões exportados em 2009.

– Atingimos os patamares de antes da crise mundial. De janeiro a maio de 2010, o país exportou os mesmos US$ 72 bilhões do período em 2008.

As importações foram ligeiramente superiores, US$ 66,4 bilhões neste ano contra US$ 63,4 bilhões em 2008. A corrente de comércio cresceu 2,2% em relação a 2008 e 36% na comparação com 2009. Isso é reflexo da aposta em mercados emergentes, como Ásia, África e América Latina – disse Faria.

Faria lamentou que Santa Catarina não esteja acompanhando este ritmo. Se a média nacional está 30% maior do que no ano passado, no Estado o crescimento das exportações é bem menor, de 14% até maio.

Nas importações, enquanto o crescimento nacional é de 44%, Santa Catarina importou 68% a mais este ano.

– Esse comportamento levou SC, que sempre foi um Estado superavitário na balança comercial, a se tornar deficitário – constatou Faria, lembrando que, no ano passado, o Estado registrou um déficit de US$ 855,6 milhões na balança comercial.

Mas pesquisa da Fiesc, realizada junto a 126 indústrias, mostra otimismo para 2010 – 64% dos entrevistados esperam crescimento das exportações neste ano.

Foco no mercado interno foi a saída durante a crise

O diretor de Relações Institucionais e Industriais da Fiesc, Henry Quaresma, explicou que o Estado não acompanha o ritmo nacional porque a indústria catarinense é focada em produtos de maior valor agregado, enquanto, nas exportações brasileiras, as commodities têm um peso muito maior e capacidade de recuperação mais rápida.

– A indústria do Estado redirecionou suas vendas para o mercado interno por causa da crise. Antes, muitas empresas exportavam mais de 50% da sua produção e já vinham sentindo os reflexos negativos do câmbio desfavorável. Hoje, a maioria direciona cerca de 10% para o mercado externo – justificou Quaresma.

Sobre as importações, ele alertou que o crescimento exacerbado é reflexo dos incentivos fiscais que o governo estadual concede para que as importadoras utilizem os portos de SC.

– Muito do que entra por SC, nem fica no Estado. Mas há muita importação de máquinas e insumos, o que significa que as empresas projetam aumento na produção. Por isso, apostamos num crescimento sustentado, embora abaixo do ritmo nacional.

Um setor que espera por um salto nas exportações, segundo Quaresma, é o de carnes, que aguarda pela abertura de importantes novos mercados.

simone.kafruni@diario.com.br
SIMONE KAFRUNI

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